Sendo humanos como somos, deixamos a opinião alheia, em
geral, formar nossa identidade. Se há aprovação das pessoas ao nosso redor,
somos felizes e confiantes, cremos em nosso potencial e permanecemos firme na
busca pelos nossos objetivos. Mas se não somos do agrado da maioria – às vezes
até a minoria – somos infelizes e incapazes. Sentimos que estamos errados e
portanto, paramos o que estamos fazendo.
Nossa sociedade sempre esteve correndo em busca de uma boa
imagem. Mas podemos perceber de maneira mais clara essa nossa fraqueza com a
globalização dos nossos dias. Antes, somente a opinião do nosso círculo social
contava. Agora queremos que o mundo nos veja e aplauda de pé. Se a nova foto do
perfil do Facebook não receber o
número de curtidas esperado, ela é removida. Se não há comentários em nossas
publicações, ou seguidores em nosso instagram,
nos sentimos frustrados e/ou insignificantes. Recebemos um NÃO para uma vaga de
emprego e já desistimos da profissão.
E, infelizmente, a Igreja de Cristo não têm sido diferente
nesse ponto. Temos um Pai e uma identidade estabelecida na Palavra e, ainda
sim, queremos que o mundo nos aplaude de pé. Ou pelo menos nossa comunidade ou pastor.
Esquecemos dAquele que devemos agradar e obedecer, levando mais em conta a
opinião das outras pessoas, sejam elas cristãs ou não.
Por esse motivo vemos tantas figuras públicas
pregando/cantando princípios errados, adaptando a Bíblia para agrado geral.
Para estes, fazer sucesso é mais importante que agradar a Deus. Se a máscara de
santidade está funcionando, tudo está às mil
maravilhas.
A Palavra diz para andarmos na contramão do mundo, renovando
nossa mente segundo a de Jesus. Isso significa ir contra o que a maioria
diz, faz ou pensa; não agir segundo a opinião das pessoas – mesmo que elas se
digam cristãs. Somos um livro aberto diante de Deus (ler Salmos 139: 1-4),
Ele sabe tudo ao nosso respeito. Não adianta ter a graça do povo se os olhos
dEle veem quem você realmente é.
E o preço para viver segundo a vontade de Deus? Nossa boa
imagem. Ás vezes, até diante de crentes seremos chamados de loucos e
reprovados. Você será criticado se buscar sinceridade e intensidade no momento
de louvor dos cultos. Também será se trabalhar em tempo integral para o Reino.
Se orar e jejuar muito será chamado de exagerado, ou receberá a condenação: “o
primeiro amor passa, espera só!”. Não há como agradar a Deus e agradar as
pessoas. Enquanto isso, pode ser que
outros irmãos sejam titulados de ‘benção’ vivendo princípios completamente
errados. É a realidade.
As pessoas em geral, tem visões distorcidas a respeito dos
outros. Podemos estar certos sendo criticados e errados sendo aclamados. A
aprovação das pessoas não é aprovação de Deus. E como Jesus mesmo disse em
Mateus 11:17: ‘Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não
pranteastes.’ Certo ou errado, sempre
terá alguém que concordará e outro que discordará de você.
E por isso devemos apoiar a nossa identidade e as nossas
ações segundo o que a Bíblia diz. Se entendermos que somos Filhos, capazes em
Cristo, chamados para viver em santidade e em adoração constante a Deus, não
deixaremos a rejeição ou a crítica nos paralisar. As dificuldades não abalarão
nossas certezas. Não desistiremos no primeiro NÃO.
Quando o Pai coloca algo em nosso coração que vem do coração
dele, não podemos ignorar ou jogar fora. Mesmo que você não esteja vendo
resultados ainda ou não receba a aprovação das pessoas, continue fazendo aquilo
que Deus lhe designou a fazer. Obviamente, sempre orando para que o Espírito
Santo revele se aquilo que pensamos vir dEle realmente vem, para que não
sejamos enganados pela nossa razão e nossos sentimentos.
Ouça aquilo que as pessoas têm a dizer a seu respeito, mas
não leve suas palavras para o coração como uma verdade. Muitas vezes Deus pode
usar, sim, a vida dos nossos irmãos para nos corrigir e nos direcionar um novo
caminho. Mas precisamos sempre avaliar essas opiniões para somente reter o que
é bom.
Eu, particularmente, tenho vivido
momentos de confronto com Deus. Tenho certeza a respeito de coisas que Ele
colocou em meu coração, mas ainda não vejo resultado algum. Muito menos o apoio
e fé em mim de outras pessoas. Estou dando passos segundo o que Deus me
direciona que estão me custando bastante. Mas preciso continuar. E irei
continuar. Porque é o coração de Deus que eu quero agradar. Ele me amou como
ninguém amou, merece minha diligencia. Quero poder orar como Davi sem medo de
ser pega em falha: “Sonda-me,
ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus
pensamentos.” (Salmos 139:23)